Para além das comemorações, o Dia Internacional da Mulher nos traz um momento de reflexão. Exercício alias que deveria ser feito todos os dias. Comemoro as conquistas das mulheres nas últimas décadas porque, assim como outros espaços obtidos por grupos minoritários e oprimidos, tais conquistas são vitórias da humanidade.
São indícios de que podemos superar os preconceitos, a barbárie, e tantas questões que ainda nos limitam. A busca pela igualdade, pelo respeito, pelo direito à voz ou de simplesmente existir, cada um sendo exatamente o que é, é uma luta de todos nós, independente de gênero, etnia, credo, opção sexual, ou qualquer outra “categoria” criada para classificar grupos humanos.
Por outro lado, a igualdade plena ainda é um objetivo a ser alcançado. Todos os dias mulheres são vítimas das mais diversas formas de agressão, enfrentando tanto a imposição de padrões estéticos quanto a violência doméstica entre outros abusos. Todos nós temos a nossa parcela de responsabilidade. Contribuímos para a manutenção disso quando fomentamos ideologias machistas e reducionistas, que se propagam e se perpetuam através de atitudes e comentários corriqueiros e “inocentes”.
Nos desrespeitamos quando não somos capazes de ver nossas irmãs, filhas, mães e companheiras como iguais, dignas de respeito. Não por ser uma concessão, longe disso, mas porque o respeito é direito a priori de qualquer indivíduo. Porque reconhecer a igualdade não é ignorar a diferença, é valorizá-la sob outro olhar, compreendendo que somos diversos, ao mesmo tempo em que somos um.
Contrariando o sempre o mítico e persistente título de “sexo frágil” elas dão verdadeiras demonstrações de força quando enfrentam de frente tantas questões.
Fica a homenagem às mulheres, pelos exemplos constantes de superação, pela coragem diante de um mundo que só mudou (embora esteja longe do ideal) porque elas se mobilizaram e conquistaram. Conquista diária, um passo por vez, mas vamos juntos!
“Menos ignorância, mais conceito, menos intolerância, mais respeito…”
(Dokttor Bhu e Shabê na música Ainda Somos os Mesmos)
Texto: Roger Deff
Foto: Flora G